Renata Netto do Nascimento

A abordagem de Carl Gustav Jung é chamada Psicologia Analítica, pois consiste em analisar as manifestações da vida psíquica da pessoa para que ela se compreenda a si mesma e viva melhor. É uma das três psicologias de profundidade (ao lado da psicanálise Freudiana e da terapia corporal Reichiana), pois trabalha com o inconsciente, uma instância anímica que guarda os instintos, os arquétipos, os símbolos, os sonhos, os complexos e as memórias vividas. A psicoterapia junguiana tem o objetivo de facilitar o processo de individuação do ser humano, isto é, o tratamento consiste em deixar vir à tona o “Eu Superior” (Self) da pessoa na prática e no cotidiano, de tal maneira a reduzir/eliminar os sintomas do sofrimento psíquico causado por uma vida mal vivida, reprimida e robótica. A terapia se dá no diálogo acolhedor e é baseada em três elementos: (a) interpretação de sonhos, (b) imaginação ativa/dirigida e (c) associação de palavras. E o que isto significa? Os sonhos são recados diretos do inconsciente e são analisados em terapia para se tentar “decodificar” a mensagem simbólica que eles trazem para a individuação. Já a imaginação ativa/dirigida consiste em “provocar” uma espécie de sonho voluntário, o que pode ser feito através de meditações, visualizações ou narrativas de contos, fábulas ou imagens. Desta forma, chega-se também aos símbolos que o inconsciente guarda e que precisam vir para a consciência. Por fim, a associação de ideias ocorre naturalmente durante o diálogo terapêutico, quando esquecimentos, lapsos, trocas de palavras, sintomas, risos ou choros revelam os afetos guardados no inconsciente e que precisam se tornar conscientes. Para além disso, caso haja necessidade, desejo e condições, pode-se recorrer à livre expressão artística, utilizando-se materiais de desenho, pintura, música, colagem etc.