Deva Avesh

Minha jornada, como a de muitos, não começou com um chamado claro, mas com um eco. Em 2017, um breve retiro de tantra abriu a primeira fresta em uma realidade que eu achava sólida. Aquela experiência ressoou por semanas, plantando uma semente de que o corpo era um caminho, e não um obstáculo, para o espírito.
Por um tempo, busquei respostas em caminhos mais tradicionais, como o budismo, mas minha alma inquieta encontrava dificuldade no silêncio da meditação tradicional. Foi nas meditações ativas de Osho que meu corpo finalmente encontrou sua prece. Ali, percebi que a espiritualidade não precisava ser imóvel; ela podia ser dançada, respirada, vivida.
Mas a vida, em sua sabedoria implacável, sabia que o verdadeiro mergulho exigiria uma quebra. E ela veio em 2023, com o fim de um relacionamento de 15 anos. O personagem que eu vivia desapareceu. Em meio a desilusões e uma carreira de empresário que, embora pagasse minhas contas, deixava minha alma faminta, e eu me vi desmontado.
Foi nesse caos que o tantra deixou de ser um interesse e se tornou minha ferramenta de reconstrução. A cada vez que a vida me quebrava, era nas práticas tântricas que eu encontrava as peças para me reerguer, não como antes, mas mais forte, mais inteiro, mais consciente. O tantra me ensinou a transformar a dor da rejeição em soberania pessoal. Ele me mostrou que a cura não estava em evitar a quebra, mas em aprender a arte de se reconstruir.
A transição foi inevitável. A empresa que por mais de uma década me sustentou materialmente, não sustentava meu propósito. Eu sentia um chamado profundo para usar minhas cicatrizes como um mapa para os outros. Assim, o terapeuta Deva Avesh não foi uma escolha, foi uma emergência da alma, o espaço que faltava para que minha vida profissional fizesse sentido.
Hoje, minha maior alegria não é o sucesso material, mas o reflexo do meu trabalho na vida de quem confia em mim, e testemunhar a mesma reconstrução, a mesma redescoberta da força interior que um dia eu precisei encontrar em mim.